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Como Notar e Impedir Hábitos Que Criam Bagunças

Desde que era criança, Eva Silva sabia que ela adorava colecionar coisas. Mas o que começou com algumas pedras e sabonetes de hotel quando ela era mais jovem eventualmente se transformou em grandes pilhas de coisas inúteis – de papéis a materiais de artesanato. Ela tinha coisas demais e sua gaveta de bugigangas se transformou em um quarto de bugigangas, então ela jurou que finalmente limparia seu quarto de hóspedes que havia ficado tão bagunçado que era difícil de abrir a porta.

“Eu sempre fiquei fascinada com as coisas, e eu sou muito sentimental e conectada com certas coisas,” ela disse. “Nós tínhamos um grande quarto vazio que não servia para nada. Ele acabou se tornando o ‘quarto coloque ali’, e isso é muito perigoso quando você é uma ‘pessoa das coisas’ como eu.”

Todo ano sua resolução de ano novo era limpar o quarto de hóspedes, mas todo ano ela falhava. Isso foi até que os caminhos do quarto desapareceram e as pilhas começaram a cair no chão. Ela começou a organizar apenas 15 minutos por dia, e eventualmente o chão reapareceu.

“Quinze minutos era um tempo sensato e discreto que me permitia começar alguma coisa,” disse Eva, autora de Ano Sem Bagunça. “O cronômetro tocava e então eu começava a sentir coisas boas. Tudo o que eu queria era fechar a porta e ir o mais longe possível. Mas eu foquei nesse espaço e me senti muito bem quando eu vi aquele espaço vazio, então no fim eu acabava ficando mais tempo no quarto.

Se você sente o mesmo que Eva e quer aprender alguns dos motivos pelos quais nós somos propensos a fazer bagunças e como superá-las, continue lendo para obter o conselho de uma organizadora e psicóloga profissional. Ela já trabalhou com pessoas em um programa de TV e ajudou outros clientes a enfrentarem seus medos e sua desorganização.

Comprar Coisas Desnecessárias Que Se Acumulam

Agora, mais do que nunca, é fácil de comprar coisas e ter coisas demais. Lojas são fáceis de encontrar, e um mundo de produtos está na ponta de seus dedos graças à internet e aos cartões de crédito. Mas comprar coisas demais e manter o que você não precisa nos leva a fazer bagunças, nossos especialistas dizem.

“Nós temos uma ótima loja de penhores na cidade vizinha, e isso pode ser muito perigoso,” disse Eva. “Eu penso: ‘Só tem um aqui e está com um ótimo preço, e se eu comprasse isso novo, custaria quatro vezes mais.’ Mas eu tenho que conversar comigo mesma e dizer: ‘Você precisa mesmo dessa cadeira nova e onde ela vai ficar e o que ela substituiria?”

Eva disse que tinha que treinar seu cérebro para comprar apenas o que ela precisava ou tinha espaço, uma técnica que Jéssica Tomas ajuda seus clientes a aprenderem através do processo de organização.

“Quando você está nos armários e casas das pessoas, você ouve todas as desculpas para manter as coisas,” disse Jéssica, que escreveu Esperança Com a Acumulação: Entendendo as Pessoas Que Acumulam e Como Ajudá-las. “A desorganização vem de todos os tipos e tamanhos.”

Ela recomenda quebrar o ciclo de compras ficando um mês inteiro sem comprar nada.

“Ande pela sua casa e pense na bagunça,” ela disse. “Concorde que mais nada vai entrar na casa. Nada de comprar ou adquirir coisas, a menos que sejam compras de mercado, por 30 dias.”

Manter as Coisas Para Ser Ecológico

Muitas pessoas preferem manter sua bagunça ao invés de jogar fora e aumentar o lixo, disse Jéssica. Isso é algo que a ex-acumuladora Eva consegue entender.

“Você vê potencial em tudo, em todos os lugares quando você é o tipo de pessoa que gosta de produzir coisas,” ela disse. “Eu sou contra jogar coisas fora, exceto se forem doações. Eu quero que as coisas vão para uma casa boa, onde elas serão amadas.”

Este é um processo de pensamento comum que leva à bagunça e desorganização, mas isso pode ser evitado doando produtos inutilizados ou os vendendo online. Esta é uma ótima forma de começar o processo de limpeza, disse o Dr. Rodrigo Caio, um psicólogo clínico que escreveu O Acumulador em Você: Como Viver Uma Vida Mais Feliz, Mais Saudável e Sem Bagunça.

“Você precisa ter um processo de como se livrar da (bagunça),” ele disse. “Toda sexta depois do trabalho, vá para o centro de reciclagem e de doações de sua vizinhança. Não mude as coisas de lugar. Tenha um plano para tirar as coisas de sua casa.”

“O maior problema é quando as pessoas procrastinam,” ele adicionou. “As pessoas têm ótimas ideias, mas nunca as executam. Então, pergunte a si mesmo: ‘Como você quer que seja sua vida, e o que você pode fazer para que seu ambiente se encaixe nesses valores.”

Adicionar Valor Sentimental a Muitas Coisas

Recentemente, Eva encontrou o antigo liquidificador de sua avó em seu sótão. Por ser uma pessoa sentimental, ela provavelmente teria guardado a lembrança em seu quarto de hóspedes. Mas ao invés disso, ela o deu a um grupo de teatro local para usar como acessório em suas peças.

“Eu converso comigo mesma e uso o lado racional do meu cérebro, e me lembrar de meus objetivos me ajuda,” ela disse.

Para ajudar seus clientes a abandonar alguns objetos que possuem valor sentimental, Jéssica os lembra que as memórias duram mesmo quando o objeto vai embora.

“Perder essas coisas não é desrespeitoso com a pessoa que deu esse presente ou item,” ela disse. “Eles querem que o organizador acredite que tudo é precioso e especial, mas quando você tem tanta coisa assim, nada é especial. Se você estiver guardando 30000 fotos, nenhuma delas é especial.”

Para manter as lembranças de seus clientes em uma quantidade gerenciável, Rodrigo faz com que eles definam um limite, talvez uma ou duas caixas, para guardá-las. Se elas não couberem, elas não ficam, e esta é uma ótima maneira de determinar importância.

“A maioria das pessoas não passa tanto tempo com álbuns de fotos e outras lembranças quanto elas esperam,” ele disse. “Se isso não couber na caixa, tire uma foto. Envie-a para seu e-mail e guarde-a em uma pasta, para que as coisas não ocupem um espaço físico.”

Para conquistar seu quarto bagunçado, Eva disse que ela teve que mudar a forma como ela via as coisas e superar o medo de jogar fora algo que ela poderia querer ou precisar mais tarde. Isto é algo que ela disse que qualquer um com coisas demais pode fazer também, com o tempo.

“O músculo no cérebro que toma as decisões havia atrofiado,” ela disse. “Ao invés de tomar uma decisão, eu a evitei porque eu estava com medo de fazer uma decisão ruim. Eu me dei permissão de cometer erros.”

E no fim, seu foco e determinação compensaram.

“Houve um momento poderoso em que o quarto se transformou,” ela disse. “Eu cheguei na casa e não sabia onde meus filhos estavam. Então minha filha mais nova gritou ‘Nós estamos no quarto de artes!’”

“De repente, o quarto era usado para um propósito real, e os objetos não estavam no controle.”

 

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